Lula está indignado com mortes no Rio, diz assessoria
Presidente ouviu do ministro da Defesa relato sobre a morte de três jovens.Militares levaram três moradores do morro da Providência a traficantes de um morro rival.G1 > Edição Rio de Janeiro - NOTÍCIAS - Lula está indignado com mortes no Rio, diz assessoria
Jeferson Ribeiro
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ouviu nessa terça-feira (17) do ministro da Defesa, Nelson Jobim, um relato sobre a morte de três jovens no Rio de Janeiro e se mostrou indignado com o acontecido, segundo a assessoria do Palácio do Planalto.
Após a reunião com Lula, que também contou com a presença do comandante do Exército, Enzo Martins Peri, o ministro da Defesa cancelou a agenda em Brasília e embarcou com Peri para o Rio de Janeiro. Eles vão acompanhar de perto a situação no Morro da Providência e a investigação da morte de três jovens da comunidade que foram entregues por militares a traficantes de um morro rival.
O ministro da Defesa chega às 13h30 e deve passar o dia todo no Rio de Janeiro. A agenda de Jobim será divulgada uma hora depois de sua chegada.
Operações
O chefe de comunicação social do Comando Militar do Leste, coronel Carlos Alberto Neiva Barcellos, anunciou na segunda-feira (16) que o exército vai continuar com suas operações no Morro da Providência.
A presença das Forças Armadas na região começou a ser questionada por moradores da comunidade depois que três militares confessaram em depoimento a participação na morte de três jovens do Morro da Providência.
“O Exército permanecerá realizando a segurança do pessoal, material e equipamentos empregados nas obras do Projeto Cimento Social, no morro da Providencia, destacando que como instituição nacional, o Exercito está comprometido com os superiores interesses e as aspirações da sociedade brasileira”, declarou o coronel.
No domingo (15), os corpos dos jovens que estavam desaparecidos foram encontrados, em Caxias, na Baixada Fluminense.
Ao todo, 11 militares estariam envolvidos no crime e tiveram prisão decretada pela Justiça no domingo.
Depoimentos
Segundo a polícia, o conteúdo dos depoimentos do tenente, do sargento e do soldado que confessaram envolvimento na morte dos três jovens é muito parecido e não apresentam contradições.
Eles contaram que abordaram os jovens porque perceberam que um deles estava com algo debaixo da camisa e preso na cintura. Eles suspeitaram que fosse uma arma e abordaram os três.
Durante a revista, houve confusão, e os militares levaram os jovens para a Delegacia Judiciária Militar, na região do Santo Cristo, para atuá-los por desacato. Na ocasião, o capitão que era o responsável pelo local não quis autuar os jovens, e pediu para liberá-los.
No entanto, os militares levaram os jovens para o Morro da Mineira, onde, segundo a polícia, a facção criminosa é inimiga dos traficantes da Providência, onde moravam as vítimas.
De acordo com a delegacia, os militares entregaram os jovens aos traficantes da região, e saíram em seguida. Eles não teriam cobrado dinheiro ou favor dos criminosos ao entregar as vítimas.
"Durante o depoimento, deu para perceber que os militares não tinham noção das consequências. Eles queriam dar um corretivo nos jovens. O tenente é do Espírito Santo, e estava no Rio há pouco tempo. À princípio, todos os 11 responderão por homicídio", disse um dos agentes que participa da investigação, que não quis ter o nome revelado.Leia mais notícias do Rio
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