Um dia após aprovação da ‘nova CPMF’, sobram críticas ao tributo

Fiesp, juristas e até senadores aliados criticaram a CSS.
Oposição no Senado garante que o novo tributo não será aprovado na Casa.

Um dia depois de a Câmara dos Deputados ter aprovado a criação da Contribuição Social para a Saúde (CSS), tributo nos mesmos moldes da extinta Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), muita gente se manifestou contrária a mais uma tarifa nesta quinta-feira (12). No Senado, onde a CPMF foi derrubada em dezembro do ano passado, até senadores aliados do governo criticaram a “nova CPMF”.
“Acho a proposta inoportuna, uma vez que tem uma reforma tributária tramitando, acabando com todas as contribuições”, argumentou Renato Casagrande (PSB-ES). "Paralelamente, no entanto, está-se criando uma contribuição, numa posição contrária à reforma tributária.

”A votação da CSS na Câmara ainda não terminou. Ainda resta votar os chamados destaques. Só depois disso é que o projeto vai para o Senado.Nesta Casa, a batalha para aprovar o imposto deve ser muito mais difícil, pois o governo não tem maioria folgada, como na Câmara. Ali, a aprovação foi apertada: o governo precisava de 257 votos, e obteve 259.
A margem foi tão apertada porque houve votos contrários e ausências, durante a votação, de deputados da base aliada e até mesmo do PT.
Dez petistas não votaram, entre eles o presidente do partido, Ricardo Berzoini (PT-SP). Em nota, ele explicou que estava numa reunião no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

- Se fosse hoje...
A oposição no Senado já faz as contas dos votos contrários. “Sem dúvida, no Senado a dificuldade do governo é maior”, acredita Álvaro Dias (PSDB-PR).
“Nós já podemos contar com os votos daqueles que votaram contra a CPMF, mas, além daqueles, já temos a indicação de outros votos. Se a votação fosse hoje, o governo seria derrotado”, assegura o senador tucano.
O presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), acha que o Congresso Nacional deve buscar outra solução para o financiamento da saúde.
“Essa cobrança do CSS não me parece a mais viável, a mais sintonizada com o sentimento da sociedade, com a carga tributária que nós temos aí”, opinou.

- Fiesp
Em São Paulo, o presidente da Federação das Indústrias (Fiesp), Paulo Skaf, também criticou o imposto.
“A preocupação da criação de um novo tributo é a preocupação de toda a sociedade brasileira. Ninguém aceita aumento de carga tributária num país que já tem uma carga tributária elevadíssima”, explica Skaf.
“Estamos num momento de excesso de arrecadação. Este ano a arrecadação em relação ao ano passado será correspondente a duas CPMFs.

 - Juristas
A CSS também provoca discussão entre juristas. O professor de Direito Constitucional Marcos Vinícius Coelho acredita que a contribuição não pode ser criada por lei complementar, deveria ser criada por meio de emenda constitucional, que exigiria número maior de votos.
“A Constituição Federal, quando autoriza a criação de contribuição por lei, veda em outro dispositivo que o tributo seja criado com a finalidade cumulativa, ou seja, incidindo nas várias etapas da economia, como é o caso da contribuição para a saúde”, explica o professor.

Nesta quinta, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a negar que o governo esteja patrocinando a volta da CPMF. Ele se esquivou, argumentando que a CSS é um problema da bancada da saúde no Congresso.

Escorrega mais que quiabo.

Uma das poucas vozes favoráveis ao tributo é a do líder do governo na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS). “Eu entendo como uma vitória da saúde [a aprovação da CSS]. São recursos importantíssimos para qualificar serviços que atendem à grande maioria da população.”

Esse filme a gente já viu quando da criação da CPMF e a a Saúde continuou na mesma pidaíba, o problema não é dinheiro são eles.
G1 > Política - NOTÍCIAS - Um dia após aprovação da ‘nova CPMF’, sobram críticas ao tributo
Blogged with the Flock Browser

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Cidadão desamparado

Ministro do Meio Ambiente revela dados do desmatamento que põem em xeque a política de reforma agrária do governo