Justiça solta fazendeiro acusado de matar Dorothy Stang

A Justiça Federal concedeu nesta segunda-feira (16/2) habeas corpus para o fazendeiro Regivaldo Pereira Galvão, o Taradão, acusado de mandar matar a missionária americana
Dorothy Stang em fevereiro de 2005. Ele estava preso desde dezembro de 2008, acusado de grilagem e estelionato por apropriar-se de terras públicas.
A 3ª Turma do TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região), por dois votos a um, concedeu liberdade a Regivaldo, que tentou tomar posse do lote 55, em Anapu, uma área de 3.000 hectares grilada por ele nos anos 90 e cenário de um conflito de terras que teve como ápice a morte de Dorothy Stang.
Segundo informações da assessoria de imprensa do TRF-1, o que pesou para a decisão dos desembargadores foi o excesso de prazo para a conclusão do inquérito policial —fase que antecede a instauração de um processo criminal.
Com a decisão, Regivaldo deverá aguardar em liberdade a conclusão do inquérito. A previsão, ainda de acordo com a assessoria do TRF, é de que a Polícia Federal demore mais 60 dias para concluir as investigações.
De acordo com a Procuradoria Regional da República da 1ª Região, o processo só deve chegar ao órgão nesta terça-feira (17/2), data em que será distribuído a um procurador, que só então analisará se entra com recurso.
O fazendeiro chegou a ficar preso durante mais de um ano pela morte da missionária e em 2006 conseguiu um habeas corpus no STF (Supremo Tribunal Federal).
Além da acusação pela morte de Dorothy Stang, o fazendeiro já responde a outras ações por trabalho escravo, crimes ambientais e fraudes contra a Sudam (Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia).

Pressões

Segundo informações da Procuradoria da República no Pará, os conflitos no município se agravaram após a absolvição, em maio de 2008, de Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida. Em um segundo julgamento, o sócio de Regivaldo no lote 55 foi absolvido da acusação de co-autoria pelo homicídio qualificado contra a missionária americana.
As autoridades que acompanham o caso desde então, segundo o MPF, já temiam que recomeçassem as pressões sobre os assentados.
Em reunião no dia 28 de outubro de 2008, na sede do Incra de Altamira, Regivldo ofereceu benfeitorias para ficar com a posse das terras. Na ocasião, ele mais uma vez afirmou ser o proprietário do lote 55. A Polícia Federal abriu inquérito contra o fazendeiro. Convocado a depor, ele negou o que está registrado na ata da reunião e desmentiu ser dono do lote.
No pedido de prisão por grilagem, o MPF afirmava que a negativa de Regivaldo era a sétima versão diferente que apresentou sobre a acusação de grilagem do lote 55.

Segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
Última Instância - Justiça solta fazendeiro acusado de matar Dorothy Stang
Blogged with the Flock Browser

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Ministro do Meio Ambiente revela dados do desmatamento que põem em xeque a política de reforma agrária do governo

Supremo Tribunal Federal condena três perigosos ladrões: um de 1 par de chinelos, um de 15 bombons e outro de 2 sabonetes.