Polêmica do Código florestal aterrissa em Cancún
Plantão Publicada em 08/12/2010 às 15h47m
Catarina Alencastro, enviada especial
CANCÚN - A polêmica em torno das mudanças propostas ao Código Florestal na Câmara foi trazida por ONGs ambientalistas à Conferência Climática da ONU. Logo pela manhã desta quarta-feira, o Greenpeace foi até o hotel onde está hospedada a senadora Kátia Abreu (DEM-TO), defensora da revisão da legislação florestal, para constrangê-la com a entrega do prêmio Motosserra de Ouro. O Eco, publicação diária escrita por grupos ambientalistas e que tem enorme leitura entre os participantes do evento, também traz hoje um grande texto sobre o Brasil, intitulado "Brasil em Reverso". O artigo diz que o maior inimigo do Brasil é o próprio Brasil.
"Não somente o presidente Lula disse publicamente na semana passada que Cancún não vai dar em nada, como o Legislativo brasileiro está prestes a lançar um sopro fatal sobre a esperança de um futuro de redução de emissões (de gases-estufa)", diz o texto.
A aprovação das mudanças propostas no relatório de Aldo Rebelo (PC do B - SP) será, segundo o Eco, o "mais vexaminoso endosso à ação do homem no aquecimento global em toda a história".
Na terça-feira, questionada sobre a possibilidade de o relatório ser votado pelo plenário da Câmara, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, disse que é preciso discutir mais o tema, já que o texto aprovado este ano pela Comissão Especial da Câmara não conta com o apoio de importantes setores da sociedade, como a comunidade científica.
"Isso causa impacto negativo. Nós temos que entender que o Brasil tem condições de modernizar o código sem causar externalidades negativas. A sociedade brasileira quer discutir", disse a ministra, lembrando que sua pasta prepara uma proposta alternativa ao texto que tramita na Câmara.
Entre os pontos mais polêmicos do relatório de Aldo, está a anistia para quem desmatou até julho de 2008 e a possibilidade de que cada estado reduza os atuais limites obrigatórios de manutenção da mata nativa nas margens dos rios.
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