Comunidades afetadas por Belo Monte serão ouvidas no Congresso
15/8/2012 12:54,
Por Redação, com ABr - de Brasília
A liberação das obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte
só vai acontecer depois que o Congresso Nacional realizar e aprovar a
consulta às comunidades afetadas. De acordo com o desembargador Souza
Prudente, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), que relatou o
processo que determinou a paralisação das obras, os parlamentares
também terão que editar um novo decreto legislativo autorizando as obras
em Belo Monte.
O relator do embargo, Souza Prudente, disse que atitude do governo com as comunidades foi ditatorial
O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) determinou na segunda-feira a paralisação das obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. Se a empresa Norte Energia não cumprir a determinação, pagará multa diária de R$ 500 mil. A decisão foi tomada pela 5ª Turma do TRF1, em embargo de declaração apresentado pelo Ministério Público Federal no Pará (MPF/PA).
O relator do embargo de declaração alegou que o Congresso Nacional deveria ter determinado que as comunidades afetadas fossem ouvidas antes de editar o decreto legislativo, em 2005, autorizando a obra, e não depois. “Só em um regime de ditadura tudo era póstumo. Não se pode se admitir estudos póstumos, a Constituição Federal diz que os estudos têm que ser prévios”. Segundo ele, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) também determina a consulta prévia aos povos que seriam atingidos pela obra.
Souza Prudente disse que a opinião das comunidades afetadas deverá ser levada em consideração no processo de liberação da obra. “A propriedade para o índio é diferente para o branco. O índio tem uma visão mística da propriedade, onde ali está seu avatar. E a Constituição Federal garante isso”.
Outra omissão, segundo Souza Prudente, foi na decisão anterior do TRF1, que considerou que o Supremo teria declarado a constitucionalidade do decreto legislativo do Congresso Nacional. Houve, segundo o magistrado, apenas uma decisão da então presidenta do STF, Ellen Gracie, sobre a questão.
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