Cartório registra 48 mortes de bebês em apenas 16 dias na Santa Casa do Pará

 O número de óbitos de recém-nascidos na Santa Casa de Misericórdia do Pará pode ser maior do que o anunciado até o momento. De acordo com o cartório do 2º Ofício de Registro, que atende diretamente com um posto as famílias carentes que procuram o hospital, foram registradas 48 mortes na maternidade nos últimos 16 dias. Neste sábado, a médica Silvia Comaru, coordenadora da Câmara de Política Social do Pará, havia confirmado a morte de 32 recém-nascidos desde 20 de junho deste ano.
O números de junho correspondem às certidões de óbito expedidas no mês pela unidade cartorária da instituição e significa que quase 20% dos bebês que deveriam nascer no hospital acabaram morrendo, ou durante, ou depois do parto. O percentual máximo de mortes considerado aceitável pelo Ministério da Saúde é até 14%.
De acordo com a secretaria estadual de Saúde, o número estaria pouco acima do permitido pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que consideraria normal até 17% de mortes, dependendo da situação.

Segundo o relatório do cartório, o número total de mortes registradas no período de janeiro até esta segunda-feira chega a 230 bebês. Do início do ano a junho, o número de mortes entre os bebês da Santa Casa praticamente dobrou, passou de 25 óbitos em janeiro para 45 em junho, o que significa um aumento real de 80% no período de seis meses.

A direção da Santa Casa não se pronunciou sobre os números do cartório. No último sábado, a secretária estadual de Saúde, Laura Rossetti, voltou a afirmar que as mortes dos recém-nascidos estão dentro de uma média considerada aceitável pelo governo do Pará. O motivo, segundo ela, é o mesmo das outras mortes: crianças que já chegam muito debilitadas e mães que não fazem pré-natal ao longo da gravidez. Mas o governo reconheceu na última semana que faltam médicos e estrutura no hospital.
Cartório registra 48 mortes de bebês em apenas 16 dias na Santa Casa do Pará - O Globo Online
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Comentários

rantavani disse…
Segundo a secretária de saúde a culpa é das mães, lógico.
O poder público não tem culpa nehuma , claro!

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