Inpe: desmatamento da Amazônia dobra em agosto; Minc atribui aumento ao período eleitoral

O ritmo do desmatamento da Amazônia subiu 133% em agosto, com 756,7 quilômetros quadrados de floresta devastados, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgados nesta segunda-feira. A área é equivalente à metade do município de São Paulo. Em julho, o instituto registrou 323,9 quilômetros quadrados de floresta derrubados. O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, atribui o aumento ao período eleitoral. Segundo Minc, como os políticos não querem perder votos, não tomam "atitudes antipáticas".
 
 Nenhum prefeito quer ser antipático, nenhum governador que ser antipático, então, a turma do Ibama vai pra frente, mas tem que ter uma polícia para dar cobertura. Por isso, nós conseguimos do presidente Lula, e ele autorizou, a formação de uma força especial ambiental de combate aos crimes ambientais, que eu vou anunciar em Brasília - disse o ministro.

Também nesta segunda-feira, o Ministério do Meio Ambiente divulgou a lista com os cem maiores devastadores da Amazônia . O Incra ocupa as seis primeiras posições, e é citado outras duas vezes na relação. Mesmo antes de divulgar a lista, Minc defendeu uma punição rigorosa aos infratores.
Criamos um grupo de trabalho, uma força-tarefa, com a Advocacia Geral da União (AGU) e o Ministério Público Federal, para levar todos esses cem para o banco dos réus e para pegar aí uma prisão, de preferência, plantando muitas árvores até o resto da vida para pagarem os crimes ambientais que cometeram.
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O ministro alertou ainda que o ritmo de desmatamento da Caatinga é maior que o da Amazônia e que, por isso, foi lançado um plano de monitoramento do Cerrado. Minc disse que a Amazônia é o foco, mas que a Mata Atlântica, o Cerrado e a Caatinga também estão muito ameaçados.

Pará e Mato Grosso são os maiores devastadores, segundo Inpe

Se comparado com o mesmo período de 2007, quando o Inpe registrou 230 quilômetros quadrados no mês de agosto, o crescimento do desmatamento em julho chega a 228%. Em abril, maio e junho, o Inpe registrou, respectivamente, 1.124, 1.096 e 870 quilômetros quadrados de devastação, o que indicava uma tendência de queda.
Pelo terceiro mês consecutivo, o Pará foi indicado como o estado com maior devastação. Em agosto, o Inpe registrou 435,27 quilômetros quadrados de desmatamento no estado, 57% do total. Mato Grosso aparece em seguida, com 229,17 quilômetros quadrados de novos desmates, seguido por Rondônia, com 29,21 quilômetros quadrados.
O cálculo do Deter considera as áreas que sofreram corte raso (desmatamento completo) e as que estão em degradação progressiva. A cobertura de nuvens sobre os estados da Amazônia Legal no período impediu a visualização de 26% da área, principalmente nos estados do Amapá e de Roraima, que "não puderam ser monitorados adequadamente", de acordo com relatório do Inpe.
A taxa anual de desmatamento, medida pelo Programa de Cálculo do Desflorestamento da Amazônia (Prodes) deve ser divulgada até o fim do semestre. O número é calculado com base no acumulado de novos desmatamentos verificados pelo Deter entre agosto de 2007 e julho de 2008. No período, o desmate chegou a 8,1 mil quilômetros quadrados, 64% maior que nos 12 meses anteriores.

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