Favorecimento inaceitável

Analisada isoladamente, a escandalosa informação de que em 2008 e 2009 o ex-ministro da Integração Nacional Geddel Vieira Lima destinou 65% das verbas de prevenção a desastres da pasta que comandava para seu Estado natal, a Bahia – do qual é candidato a governador –, não passa de mais um caso de uso político e em causa própria da máquina e de recursos públicos. Mas quando as dolorosas consequências de tão nefasta atitude se fazem sentir, como agora se vê na dramática situação enfrentada pelo Rio de Janeiro – e como os catarinenses puderam testemunhar nos desdobramentos da catástrofe de novembro de 2008 –, o fato adquire um nível de gravidade que requer uma profunda reflexão por parte dos cidadãos. Até quando os brasileiros terão que conviver com a apropriação do patrimônio público e com o favorecimento político – e, ressalte-se, isto acontece em todas as esferas da administração pública – como se isto fosse natural e corriqueiro? A situação impõe aos cidadãos um posicionamento firme no sentido de exigir a moralização da destinação do dinheiro obtido à custa de uma pesada carga tributária, e que até agora tem sido usado em benefício de poucos.
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